Nenhuma empresa apresenta proposta para construir o edifício principal do câmpus de Guarulhos, aguardado desde a inauguração, em 2007
PAULO SALDAÑA – O Estado de S.Paulo
Fracassou a licitação para a construção do prédio principal do câmpus Guarulhos da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Nenhuma empresa compareceu à abertura dos envelopes anteontem na universidade. Alunos, professores e funcionários aguardam a construção do prédio principal desde 2007, quando o câmpus foi inaugurado.
A falta de propostas para a construção do novo prédio vai atrasar ainda mais a estruturação do câmpus, que é o mais problemático da universidade. Neste ano, alunos fizeram uma greve de cinco meses, exigindo da reitoria melhorias no câmpus e, principalmente, uma definição em relação ao prédio principal.
O valor de referência do edital é de R$ 46 milhões. Segundo a reitoria, não há prazo para que um novo edital seja anunciado. “As empresas serão convidadas a se reunirem com o setor de engenharia da universidade e, a partir daí, um novo edital será elaborado e divulgado”, afirmou, em nota, a Unifesp. A universidade já havia feito alterações no edital para atrair empresas.
Lançado no início do ano, o edital atraiu inicialmente 23 empresas. Apesar de todas terem retirado a documentação técnica, apenas 11 realizaram vistoria no local e estavam aptas a participar da concorrência. Mas nenhuma compareceu à universidade na segunda-feira, dia em que estava agendada a abertura dos envelopes. As obras ficariam a cargo da empresa que apresentasse a menor oferta.
O câmpus do Bairro dos Pimentas sofre com a falta do prédio principal e outras dificuldades, como a ausência de moradia estudantil e laboratórios. Para dar conta de todas as aulas, a instituição já utiliza salas emprestadas de uma escola municipal vizinha. Mas há o temor de que, com a entrada de novos alunos em 2013, não haja como atender todos. O câmpus abriga a Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH) e é o maior Unifesp, com 3 mil alunos.
A universidade já procura um novo imóvel para locação, tanto para garantir o atendimento aos novos alunos quanto para oferecer as aulas enquanto as obras do novo prédio durarem. A reitoria informou que ainda aguarda a resposta de diversas imobiliárias da cidade a respeito de opções para o prédio provisório.
Adiamento. Na semana passada, a congregação do câmpus havia solicitado à reitoria que o edital fosse adiado. Segundo a direção do câmpus, a ideia era que as obras não começassem antes da definição do prédio provisório. Além disso, diversos professores pediam o adiamento até que o debate em torno de uma possível saída da EFLCH do Bairro dos Pimentas fosse finalizado (mais informações nesta página).
Quando ficar pronto, o novo prédio acadêmico e administrativo do câmpus Guarulhos deve ter cerca de 21 mil m² de construção. O prazo previsto para construção é de 18 meses – mas só vale a partir do início da obra, o que está longe de ser definido.
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