O Batalhão de Choque da Polícia Militar invadiu o Campus Universitário da Uerj (Maracanã) nesta quinta, 23/08, para reprimir violentamente uma manifestação estudantil.
Após a passeata em volta da Uerj, num protesto contra a falta de negociação do governo estadual, decorridos dois meses de greve, os estudantes entraram no estacionamento para realizar uma assembleia. Isto porque horas antes da assembleia comunitária, inexplicavelmente, houve falta de luz no prédio. De repente, foram surpreendidos por tiros de bomba de gás lacrimogêneo e efeito moral. A correria foi grande, sem ninguém saber os motivos que levaram a tamanho absurdo.
A segurança da Uerj prontamente assumiu o controle do evento e pediu ao Comandante da Polícia que retirasse a Tropa de Choque, pois a manifestação era pacífica. No momento da confusão, o policial responsável pela operação disse ter sido acionado pela gerente do banco Bradesco, com medo da aglomeração no pátio em frente ao prédio dos alunos.
Curiosamente, o Batalhão de Choque chegou minutos após os estudantes instalarem-se no pátio para reunião pacífica. O Sintuperj foi procurado por um dos agentes de segurança para se dirigir ao local com objetivo de ajudar a resolver a situação. Os diretores atenderam ao pedido e quando tentavam intermediar, viram-se atacados por bombas e repressão policial.
Foi um episódio lamentável para uma Universidade como a Uerj. Não há registros de tamanha violência dentro do Campus, ainda mais sem a mínima justificativa.
O Sintuperj repudia veementemente a atitude truculenta da Polícia Militar e exige explicações da reitoria para o ocorrido. Agora é o Bradesco quem manda na Uerj? Pode um banco que tem concessão de espaço físico tomar iniciativas sem consultar o reitor? Exigimos também uma explicação e retratação da agência Bradesco Uerj, caso seja comprovado o pedido de intervenção da PM.
Lembramos que existe um Ato Executivo que disciplina o chamado da Polícia para o Campus. Quem vai apurar os fatos e fazer valer o que está escrito?
Agora, não podemos recuar. A ditadura não pode pensar em voltar nesse país, principalmente pela Universidade. Como diria um reitor, “polícia só entra no Campus se fizer vestibular”.
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